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Houve tempo... e em verdade eu vos digo: havia tempo
Tempo para a peteca e tempo para o soneto
Tempo para trabalhar e para dar tempo ao tempo
Tempo para envelhecer sem ficar obsoleto..." (Vinicius de Moraes)
Épocas feito imagens
nos recônditos atemporais
de vidas várias
presas como limo
na rocha pétrea do tempo.
De vida verdejante,
tu, universo úmido,
consubstancial à rocha,
exposto ao toque veludo
dos ventos milenares -
aos sentidos segredando
o Conto do Sol, da Lua...
a voz do Tempo fala, cala.
Irrompida nas profundezas
a pulsação líquida
do cerne em contígua erupção.
Tu antevês submisso
os desenhos secos da lava.
Teu movimento é busca eterna
dos raios do sol, da sombra,
calcificando em teu corpo
os traços do teu ser
vegeto-ânimo-minério.
Em desejos floreares
desde o Sempre embutidos
no tempo mais sem tempo...
Por trás de mil olhos
perpassam todas as épocas,
todos os pontos comungam
dos segundos nítidos
e já amarelecidos...
Assemelha-se minha vida
à tua vida, todas as vidas,
agarradas à rocha firme
germinando sementes singulares
aos ares ancestrais do Presente.
Verdejantes vidas mortais
evocando civilizações:
há que se cumprir o Tempo...
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Dá-lhe, Safyra! Inspiração à toda! Parabéns!
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