De árvores, ervas – daninhas, aromáticas,
De gato, rolinha, bem-te-vi, beija-flor.
Não mais as janelas – de tempo e de tinta.
Adeus, Lilia...
Os sonhos vieram, os sonhos se foram...
Só a imagem agora, o perfil enlaçado
Frente ao espelho, após o prazer.
Não mais o trabalho, o cheiro do alho,
O aroma do chá, do café, da aveia,
O bouquet do vinho, aconchego e ninho...
Ah, o perfume – do incenso, da flor.
Lilia, adeus...
Também as folhas, a chuva, o vento,
O aprendizado, o ensinamento –
O que paira é som –
Um feitiço, um riso, um assombro, um medo,
Uma pá, uma traça, uma palavra, um pó –
De baixo, de trás, de cima do olhar.
E também um grito, um calor, um gelo,
Um uivo de cão – do meu que se foi,
E daqueles que são – dos vizinhos da frente,
Dos lados, dos fundos – meu Deus, ai que mundo! –
Que casa pequena, que história mais curta,
Que pena, que dó, que dor mais profunda
Perfazendo esta cena – de amigos hello,
De paredes bye-bye, de saudade farewell... Lilia, não mais.
Silvia Oliveira - Safyra
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